Por Sergio Cruz Lima
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O barco Seival, um lanchão de 12 toneladas, sob o comando do guerrilheiro italiano Giuseppe Garibaldi, chefiou o grupo de navios dos combatentes farrapos, revoltosos republicanos gaúchos e catarinenses que defenderam a Barra da Laguna contra o ataque da frota imperial disposta a acabar com a República Juliana, ali instalada em 29 de julho de 1839.

Garibaldi e o Seival lutam forte para manterem firme e de pé a nova República.

Mas o comandante italiano, jovem, 32 anos, não resiste aos encantos de Ana Maria de Jesus Ribeiro, a Anita, uma menina de 18 anos, catarinense ousada que, de imediato, lhe conquista os olhos e o coração. A coragem do aventureiro italiano e o amor valente de Anita, porém, não impedem a derrota militar dos revolucionários. E, em 15 de novembro de 1839, para não serem presos e fuzilados, o casal de pombinhos foge para a serra catarinense. E, daí, via Uruguai, para a Itália.

O Seival fica abandonado na praia.

Com o passar dos anos e das décadas, o velho cavername, despido das tábuas do costado, já não suportava os ataques das águas, do sal e do esquecimento. E os dias da amorável carcaça histórica terminam em glória, em dezembro de 1912, com a sua venda para a Itália.

Na onda da garibaldimania, instalada na Itália com os resultados positivos da imigração italiana em Santa Catarina, o velho Seival despertou o interesse do Dr. Antônio Paes, ex-chefe do consulado italiano em Florianópolis, que ao ser procurado pelo jornal Folha do Comércio, declarou ser melhor que o barco de Anita repousasse em um museu italiano, ao lado da "Heroína dos Dois Mundos", do que roído pelas águas do Atlântico Sul.

Sobre a matéria, o conceituado historiador Oswaldo Rodrigues Cabral garante que o barco Seival apodreceu na praia da Laguna. Sobre ele nasceu uma árvore, depois transportada para o Jardim da Praça. E, durante muitos anos, ela ficou conhecida como "A Árvore de Anita".